MANIFESTO DA BANANA NANICA.




MANIFESTO DA BANANA NANICA:

Êxtase!
É o que interessa?
É o que interessa?

Todos se foram prematuramente,
Nem antropofagia nem tropicália
Nos couberam.

Polido o esqueleto de Pedro Álvares Cabral,
Carnaval, mídia global,
Coca-cola, Cocaína...

Nem êxtase nem orgasmo total.

Deglutimos o Pop, o Parangolé, o picolé da Kibon,
Nos resta os restos, as fezes, os ossos, o pó
Desta deglutição antro-pó-fágica.

Da mídia nada nos resta de original.
Ora! Mas tudo é hermético
Na desmemoria do país,
Então edifiquemos a anti-obra
Na efemeridade dos dias.

O que é concreto, palpável, invisível, abstrato
E o que está além, muito além
Do horizonte provável.
Delírios plasmáticos?
Alucinógenos?

Nada a concluir!
Criar o código:
Apagar todas as palavras de A a Z,
Transmutar a matéria é preciso silêncio,
Morte.
Vida além dos limites da linguagem.

Ismos? Códigos para manter a conversa?
Ou controvérsias?
Diálogos?
Logos-tipos diversos?
Diversidade?
Ponto de vista além da perspectiva cientifica.

Nem arte nem anti-arte!
Instaurada a caganeira nacional!
Bananas!
Bananas!
Bananas!
Bananas ainda nos restam.
(diz a manchete)

Favelas erguidas nos morros,
Cartão postal,
Navalha suja de sangue,
Prédios da Av. Paulista,
População, povo, multidão,
Massa amorfa, colisão!
Ideais assassinados,
Nem cinema nem teatro,
Só o anonimato desta escrita,
Desta descontinuação,
Deste lapso da memória!

Polêmica?
Ruptura?
Tradição?
Ou
Uma sombra no tempo rotulada?
Realidade?
Ilusão?

Bananas...
Bananas...
Bananas...
Bananas ainda nos restam.

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