GIRASSOL DA MADRUGADA.
Girassol da Madrugada:
A maturidade dos espelhos
Vai além do encontro de corpos...
Os excessos de vida
Dissolvem-se dentro da escuridão
E os amantes submergem
Dos limites da existência
Feitos ar e luz
Sobre as sombras machucadas desta noite...
Nesta espécie de universo de desníveis
Onde há uma comunhão com a divindade
(Ou qualquer outro nome que se dê)
Nestes instantes de imagens regressivas
É onde enfim repousa a intimidade primitiva
De dois corpos...
A luminosa alegria de olhar
Através dos espelhos maduros
Que o infinito transforma
Em espelhos vazios...
E o inevitável intervalo
Entre as coisas
Na contemplação do outro
Corpo desfalecido na cama
Que acorda com a aurora
Inevitavelmente mansa de um sorriso...
Círculos vagarosos de uma lagoa triste...
Esta é a imagem de uma pura realidade
Onde dois corpos se agradam
Impossíveis como a morte...
Na figuração da intimidade
Enquanto o silêncio abate a paisagem
A noite se esvaí lá fora
Serena sobre os telhados...
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