FIGURA E PAISAGEM.


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PAISAGENS/MIRAGENS E RITOS DE PASSAGEM: VII A RODA DO TEMPO: Não há tempo De ontem Não há tempo De amanhã                  Gira a roda da ilusão Não há êxtase                       Nem elevação O que se diz em Português                                          Não se diz em Alemão Tudo é linguagem O tempo é ilusão Desilusão                                 Pura abstração Não há tempo passado Não há tempo futuro Eternamente presente É o movimento do mundo Minha pegadas Deixam rastos Na minha memória Murmúrio de vozes Que pouco a pouco Se apagam (Anoto no meu diário) Ecos de um presente Que se desfaz Ânsias de um futuro Que há de vir ou não vir Depois chegar Depo...
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PAISAGENS/MIRAGENS E RITOS DE PASSAGEM: I REVIVER: Há muito tempo Que eu não me sinto vivo, Que eu não olho as paisagens, Que eu não olho pra mim, Que eu estou só de passagem, Parece até que é o fim. Mas hoje eu olhei para mim, Eu andei devagar, Eu olhei para os lados, Permiti-me até mesmo Em pensar no passado. Eu voltei para casa E arrumei o meu quarto, Comecei a sonhar Em ir ver outros mares. Coloquei as coisas todas Nos seus devidos lugares, Resolvi aprender A jogar malabares, Eu abri a janela Para entrar outros ares.
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Girassol da Madrugada: A maturidade dos espelhos Vai além do encontro de corpos... Os excessos de vida Dissolvem-se dentro da escuridão E os amantes submergem Dos limites da existência Feitos ar e luz Sobre as sombras machucadas desta noite... Nesta espécie de universo de desníveis Onde há uma comunhão com a divindade (Ou qualquer outro nome que se dê) Nestes instantes de imagens regressivas É onde enfim repousa a intimidade primitiva De dois corpos... A luminosa alegria de olhar Através dos espelhos maduros Que o infinito transforma Em espelhos vazios... E o inevitável intervalo Entre as coisas Na contemplação do outro Corpo desfalecido na cama Que acorda com a aurora Inevitavelmente mansa de um sorriso... Círculos vagarosos de uma lagoa triste... Esta é a imagem de uma pura realidade Onde dois corpos se agradam Impossíveis como a morte... Na figuração da intimidade Enquanto o silêncio abate a paisagem A noite...
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